Fístula conjuntival-palpebral como complicação incomum após cirurgia de ptose
resolução com laser de CO₂
DOI:
https://doi.org/10.70313/2718.7446.v18.n4.462Palavras-chave:
ptose palpebral, cirurgia de ptose, fístula conjuntivo-palpebral, laser de CO2Resumo
Objetivo: Descrever a abordagem terapêutica de um paciente com fístula conjuntival-palpebral persistente após cirurgia de ptose.
Caso clínico: Paciente do sexo masculino, 60 anos, com histórico familiar de ptose palpebral, apresentou ptose bilateral adquirida. Apresentava acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos, abertura palpebral de 7 mm no olho direito e 5 mm no esquerdo, e função elevadora de 15 mm.
A correção bilateral foi realizada por meio da reinserção aponeurótica do músculo elevador da pálpebra. Devido à subcorreção da pálpebra direita, foi realizada uma reoperação com ressecção muscular. O acompanhamento subsequente revelou deiscência da ferida com formação de tecido granulomatoso, que foi tratada com ressecção das margens e nova sutura.
Uma semana depois, a paciente relatou drenagem intermitente de líquido claro através de uma pequena abertura na pálpebra superior, sem sinais de infecção. O exame revelou um trajeto fistuloso entre a conjuntiva e a pele, levando ao diagnóstico de fístula conjuntivo-palpebral pós-cirúrgica. O tratamento tópico com Cicaplast Baume B5® por 20 dias resultou em melhora parcial. Finalmente, a correção foi realizada com laser de CO₂ fracionado de baixa intensidade, obtendo-se o fechamento completo do trajeto em 20 dias, sem recidiva ou complicações.
Conclusão: Embora a fístula conjuntival-palpebral seja uma complicação rara e de início tardio após a cirurgia de ptose, seu reconhecimento precoce e manejo clínico-cirúrgico oportuno são essenciais para prevenir sequelas funcionais ou estéticas, como demonstrado neste caso.
Downloads
Referências
1. McInnes CW, Lee-Wing M. Eyelid ptosis. CMAJ 2015; 187(14): 1074. doi: 10.1503/cmaj.140579.
2. Patel K, Carballo S, Thompson L. Ptosis. Dis Mon 2017; 63(3): 74-79. doi: 10.1016/j.disamonth.2016.10.004.
3. Hou D, Tian B, Wang X, Wang Q, Zhu Y. Cause analysis and surgical treatment of aponeurotic ptosis with upper eyelid depression. J Craniofac Surg 2024; 35(7): 1947-1951. doi: 10.1097/SCS.0000000000010155.
4. Mehta S, Belliveau MJ, Oestreicher JH. Oculoplastic surgery. Clin Plast Surg 2013; 40(4): 631-651. doi: 10.1016/j.cps.2013.08.005.
5. Rodrigues C, Carvalho F, Marques M. Upper eyelid blepharoplasty: surgical techniques and results-systematic review and meta-analysis. Aesthetic Plast Surg 2023; 47(5): 1870-1883. doi: 10.1007/s00266-023-03436-6.
6. Kopecký A, Rokohl AC, Heindl LM. The role of the lateral tarsal strip procedure in modern ophthalmic plastic surgery: a review. Front Ophthalmol (Lausanne) 2022; 2: 871964. doi: 10.3389/fopht.2022.871964.
7. Zhang W, Huang Q, Li J. Case report of conjunctival sac fistula after cosmetic lateral canthoplasty. BMC Ophthalmol 2020; 20(1): 127. doi: 10.1186/s12886-020-01402-3.
8. Hou D, Tian B, Zhu Y. Conjunctival fistula after cosmetic lateral canthoplasty. J Craniofac Surg 2022; 33(8): 2578-2580. doi: 10.1097/SCS.0000000000008827.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Consejo Argentino de Oftalmología

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
Con esta licencia no se permite un uso comercial de la obra original, ni la generación de obras derivadas. Las licencias Creative Commons permiten a los autores compartir y liberar sus obras en forma legal y segura.
