Um grande problema disfarçado de flor: angiografia por tomografia de coerência óptica em diabetes

Resumo

Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 40 anos, com diabetes tipo 1 desde a infância e complicações microvasculares associadas de retinopatia diabética proliferativa e edema macular diabético. Ela foi submetida a múltiplas aplicações de aflibercepte em ambos os olhos e panfotocoagulação bilateral com laser de argônio, controlando parcialmente a vasoproliferação secundária à sua condição subjacente.

Realizamos angiografia de coerência óptica de campo ultralargo (WF-OCTA) com o scanner TowardPi BMizar de 400 kHz (TowardPi Medical Technology, Pequim, China).

Nos cortes segmentados (da membrana limitante interna ao vítreo posterior), podemos observar um claro exemplo de neovascularização originada na arcada temporal inferior do olho direito, subjacente à vasculatura retiniana interna e que prolifera em direção ao vítreo. Utilizando um corte linear e a ferramenta de pseudocor oferecida pelo sistema OCTA, o fluxo sanguíneo e a neovascularização aderidos à hialóide posterior são destacados¹. A proliferação microvascular retiniana pode levar a complicações como hemorragia vítrea, com diminuição da acuidade visual e comprometimento da qualidade de vida nesse tipo de pacientes. Esses avanços tecnológicos nos métodos de imagem do polo posterior têm o potencial de auxiliar no diagnóstico, na tomada de decisões terapêuticas mais informadas e no monitoramento de pacientes com patologias microvasculares do polo posterior^1-2.