Catarata subcapsular posterior bilateral por consumo de paroxetina
a propósito de um caso
DOI:
https://doi.org/10.70313/2718.7446.v15.n04.197Palavras-chave:
catarata, paroxetina, ISRS, antidepressivosResumo
Objetivo: A catarata é uma das principais causas de cegueira no mundo e, embora existam várias causas que as produzem, a medicação é uma delas. Em nosso relatório, nos concentraremos em particular naquele produzido pela droga paroxetina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS). Embora pouco se saiba sobre os efeitos produzidos pelos ISRS na gênese da catarata, há casos associados a eles.
Caso clínico: Paciente do sexo masculino, 55 anos, que compareceu ao controle, sem antecedentes oftalmológicos prévios, tinha como único histórico pessoal diagnóstico de bipolaridade associada à síndrome depressiva em tratamento com paroxetina (20 mg/dia) desde 2017. Seu exame oftalmológico evidenciou a presença de catarata subcapsular posterior bilateral, preservando acuidade visual de longe de 20/20 em ambos os olhos. Dada a normalidade do restante do controle, o paciente e seu psiquiatra foram informados do achado e foi indicado um controle de acompanhamento semestral.
Conclusão: Como observado neste caso, a paroxetina está associada à produção de catarata. Por sua vez, há evidências científicas previamente publicadas. Portanto, destacamos a importância de indagar sobre esse antecedente na anamnese. Da mesma forma, este caso nos leva a refletir sobre sua frequência, sua evolução e nos perguntar: os pacientes em tratamento com paroxetina necessitam de acompanhamento? É necessário suspender o tratamento após o aparecimento de opacidades?
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