Escleroqueratitis por Acanthamoeba:  reporte de dos casos clínicos

Jordan Nicolás Maresca

doi:10.70313/2718.7446.v18.n4.464

Autores

Jordan Nicolás Maresca Centro Oftalmológico de Diagnóstico.

DOI:

https://doi.org/10.70313/2718.7446.v18.n4.464

Palavras-chave:

esclerite, acanthamoeba, escleroceratite, ceratite, lentes de contato, abscesso

Resumo

Objetivo: Apresentar dois casos de ceratite por Acanthamoeba associada à esclerite, uma manifestação infrequente e de alto risco, destacando os desafios diagnósticos e terapêuticos e os desfechos clínicos adversos.

Casos clínicos: Descrevemos dois pacientes adultos com ceratite por Acanthamoeba que evoluíram para esclerite nodular e, posteriormente, necrosante. Ambos receberam tratamento antiamebiano intensivo (PHMB 0,02% + clorexidina 0,02%) e necessitaram de imunossupressão sistêmica devido à progressão da inflamação escleral. Apesar do manejo multidisciplinar, ambos os casos evoluíram desfavoravelmente: o primeiro paciente apresentou perfuração da córnea e phthisis bulbi, necessitando de evisceração; o segundo caso desenvolveu perfuração da córnea devido à exaustão límbica imunomediada, que exigiu ceratoplastia penetrante de emergência, após a qual o paciente faleceu devido a complicações sistêmicas decorrentes da imunossupressão.

Conclusão: A coexistência de ceratite por Acanthamoeba e esclerite constitui uma condição grave e de difícil manejo, com alto risco de perda ocular e complicações sistêmicas associadas ao tratamento. Esses casos destacam a necessidade de diagnóstico precoce, intervenção terapêutica agressiva e acompanhamento rigoroso, bem como a importância do reconhecimento imediato dos sinais de progressão para doença escleral, a fim de otimizar o prognóstico visual e sistêmico.

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