Telas e sintomas da superfície ocular em quarentena por COVID-19

Resumo

Objetivo: Avaliar se durante a pandemia de COVID-19 o tempo de exposição em frente às telas digitais aumentou e o possível aparecimento de sintomas oculares associados.
Métodos: Estudo transversal realizado por meio de pesquisas eletrônicas de múltipla escolha em abril de 2020 na cidade de Córdoba, Argentina. Aspectos sobre o aumento das horas diárias de uso da tela foram investigados. Foi realizada uma análise descritiva da população como um todo, também dividida por grupos de idade.
Resultados: De 1.525 entrevistados, 1.518 relataram o uso de telas. 89,4% relataram ter aumentado o tempo de uso. 71,6% das pessoas que usaram telas manifestaram desconforto ocular relacionado a problemas da superfície ocular (freqüentemente sensação de secura e coceira nos olhos). O percentual de casos foi maior com o aumento do número de horas de uso da tela: 67,7%, 73,3%, 77,6% e 80% para 2, 4, 6 e 8 horas, respectivamente. Do grupo que não aumentou o uso de telas, menos da metade (46,2%) relatou sintomas. A faixa etária que mais aumentou o uso de telas foi a de 19 a 25 anos (96,2%), seguida da de 26 a 35 (94,6%), ficando em último lugar os maiores de 65 anos (83,5% ).
Conclusão: O tempo gasto em frente às telas aumentou durante a pandemia (quase 90% da população) em todas as faixas etárias, principalmente entre os jovens. Mais de 70% dos usuários da tela relataram sintomas relacionados a distúrbios da superfície ocular.